JoelS
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 |  Assunto: Omelete entrevista Dolph Lundgren - o Ivan Drago  Ter Fev 09, 2010 8:02 am | |
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- Fazendo uma referência logo de cara ao personagem mais famoso de Dolph Lundgren, conversar com ele foi mais difícil do que Rocky Balboa ganhar do Ivan Drago. Passei uma tarde toda ligando para o seu celular e nada. Já tinha até virado motivo de piada a sua saudação "Hi, this is Dolph. Leave a message. Bye!". Foram vários recados deixados até descobrir que ele estava voando de Londres, onde mora, para a Suécia. Mas valeu a batalha. Dolph, ao contrário do que a sua carreira como astro dos filmes de ação dos anos 80 deixaria imaginar, é um cara até que calmo e falou com o Omelete no caminho do aeroporto para um jantar com sua família. Veja como foi o bate-papo:
Foi muito difícil conversar com você, onde você estava?
DL: Eu estou na Suécia. Onde você está?
Eu estou no Brasil, em São Paulo.
DL: São Paulo, ok.
Você já veio ao Brasil alguma vez?
DL: Eu já estive no Rio de Janeiro, Búzios e Manaus, mas nunca estive em São Paulo.
E o que você veio fazer aqui? Turismo ou estava filmando?
DL: Não, eu estava em férias com minha esposa e minha filha. Estivemos em Búzios e na Mata Atlântica em Manaus, Brasília e Paraty.
Ok. Bom, eu estou falando com você no celular, e eu vi na sua biografia que você se formou em tecnologia. O celular pra você é só um meio para conversar ou você usa para olhar emails e tal? A pergunta é: quão geek você é?
DL: Sim, me formei em engenharia técnica. Sim, claro, eu uso o telefone e os emails que nem todo mundo, eu gosto de novas tecnologias, até certo ponto.
Mas o que mais você usa, em relação à tecnologia?
DL: Bom, eu não sou muito bom com computadores Eu ajudo meus filhos com mapas, física, química e coisas assim. E sabe, alguns dos carros novos são complicados e difíceis de usar. E quando eu dirijo [filmes], para escolher as câmeras tem as deduções do imposto, então você precisa tomar algumas decisões quanto à qualidade de imagem e fazer o upload de arquivos. Mas sabe, quando eu fiz faculdade já tinha computadores, e isso faz alguns anos, então as coisas já mudaram muito.
Comando Vermelho acaba de sair em DVD aqui no Brasil, e eu dei uma olhada online e dizia que a ideia veio de um show da Madonna em Moscou, isso é verdade?
DL: Sim, eu estava em Moscou alguns anos atrás e Vladimir Putin, que era o presidente na época, foi a um show da Madonna, e era uma performance especial da Madonna porque as duas filhas do Putin eram grandes fãs dela. Então foi aí que eu tive a ideia que virou a história deste filme.
E a música, ela é muito importante no seu dia-a-dia? Você compra, você baixa, você vai ao Soho [bairro de Londres com várias lojas de discos] comprar seus CDs?
DL: Eu não baixo muito, na verdade, eu mais compro CDs, peço pro meu assistente. Se estou trabalhando num projeto então eu faço o upload de alguns CDs pro meu iPod. Escuto também no carro, quando estou dirigindo.
E que tipo de música você prefere?
DL: Eu gosto de todo tipo de música, desde o hard rock até R&B, até sei lá, música espanhola... acho que tudo mesmo. Eu não escuto muito música clássica, mas fora isso mais ou menos tudo.
Eu estava assistindo a algumas cenas de Comando Vermelho e queria saber se você poderia falar sobre como é escrever essas cenas de mortes. Quando eu assisto a esse tipo de filme, a única coisa que consigo pensar é como deve ser legal escrever essas cenas.
DL: Escrever?
É, pensar em diferentes jeitos de matar pessoas.
DL: [risos] Sim, é divertido escrever. Sabe, eu não sou um grande escritor, mas acho que tenho boas ideias para histórias e coisas assim. Normalmente eu trabalho com um outro escritor. Eu gosto de escrever mas é algo que requer esforço, porque sabe, escrever é uma profissão muito solitária, você fica lá sozinho.
E as frases de efeito, as tiradas? Você tem uma no filme que é "Morrer é fácil, rock'n'roll é que é difícil", certo?
DL: Meu co-roteirista é que pensou nessa. Mas é divertido, eu acho que em filmes de ação você tem que ter algumas dessas frases de efeito.
Faz parte do jogo, certo?
DL: Sim, é parte do jogo, você tem que fazer.
Você poderia falar sobre o que te atraiu para Soldado Universal: Regeneração?
DL: Bom, eu não queria fazer no começo, porque eu não estava muito animado para mais um Soldado Universal, fazer um remake... Mas o diretor John Himes teve algumas ideias boas, e prometeu encontrar um papel para mim que fosse interessante, mesmo eu não tendo muito tempo, porque estava trabalhando em alguns outros filmes. Eu tive tipo uma semana ou duas para me dedicar a isso. E ele fez um bom trabalho, então foi isso que me atraiu: o diretor e a visão dele.
Você é 20 centímetros mais alto que Jean-Claude Van Damme. É muito difícil filmar com ele? Porque eu ouvi que ele não gosta de ser mostrado como um cara baixinho, ou pelo menos mais baixo que você. É difícil, falando tecnicamente?
DL: A maior parte das pessoas sabe que eu sou mais alto que ele, então não tem nada para esconder, sabe? E honestamente, em uma cena em que os dois estão de pé ao lado um do outro é bem difícil discernir quão alto ou baixo alguém realmente é.
Há pouco tempo o Jean-Claude lançou JCVD, que mostra como é difícil arranjar um bom papel hoje. E você tem trabalhado bastante nestes últimos tempos, certo? Você já sentiu esse mesmo tipo de problema? A dificuldade de encontrar bons filmes... Foi por isso que você começou a fazer seus próprios filmes?
DL: Sim, é difícil pra qualquer um. Sabe, o Stallone fez um bom trabalho no Rocky, quando ele finalmente tirou um tempo e escreveu isso. E depois ele escreveu Rambo, ele mesmo trabalhou muito nesse filme. É difícil fazer bons filmes pra qualquer um. Se fosse, todos estariam ganhando 20 milhões de dólares por filme, mas não é tão fácil assim, sabe? Tem muitos obstáculos no caminho. Eu gosto de fazer esses filmes menores, escrever e dirigir, mas quando você recebe 70 milhões de dólares para fazer algo como Os Mercenários (The Expendables) é outro patamar, é muita responsabilidade.
Falando sobre Os Mercenários, como foi voltar a trabalhar com o Sly mais uma vez?
DL: Sim, foi divertido trabalhar com ele, muito desafiador. Eu gostei muito.
Bom, você não veio ao Brasil para filmar Os Mercenários (The Expendables), mas você esteve agora em Nova Orleans, certo? O que você ouviu do Sly e os outros caras sobre as gravações aqui no Rio?
DL: Bom, eu ouvi que foi uma aventura. Estar no Brasil é uma aventura. Sabe, é um lugar diferente com coisas novas e isso é meio aventureiro. Mas, sabe, é por isso que eu gsoto do Brasil: tem coisas muito boas e todos estão bem felizes com isso.
Agora que você está dirigindo seus próprios filmes, isso te encoraja a vir aqui?
DL: Eu adoraria ir fazer um filme no Brasil - eu tenho um projeto que talvez poderia ser feito ai - mas eu não tenho planos de ir no futuro próximo.
E qual é seu próximo projeto?
DL: Bom, tem algumas coisas como ator que eu estou olhando, e tenho um roteiro que eu escrevi, então seria como roteirista e diretor. E tenho algumas outras coisas que eu desenvolvi.
Há boatos de que você vai trabalhar em Conan também, isso é verdade?
DL: Bom, eu vou conversar com o diretor na semana que vem, quando eu chegar em Los Angeles. Ainda não sei, mas veremos o que acontece.
Bom, eu tenho algumas perguntas do Twitter, um dos nossos seguidores perguntou se você já foi convidado para um torneio de Mixed Martial Arts (MMA)?
DL: Bom, eu já lutei em torneios de artes marciais quando eu era mais novo. Fiz algumas demonstrações em campeonatos mundiais em Tóquio, umas três ou quatro vezes. E em Madri também.
O que você acha dessa mistura de artes marciais? O que você acha disso, como alguém que luta karatê há tanto tempo?
DL: Eu acho que é um crescimento, uma evolução da arte. Eu pessoalmente gosto do karatê japonês, a disciplina que eu conheço. Eu acho que tem uma lado muito bom de misturar as artes marciais, mas por outro lado eu acho que - a não ser que você tome cuidado com isso - acaba perdendo a essência, a pureza da arte marcial, que não é tanto uma questão de lutar e sim de se tornar um ser humano melhor. As artes marciais lidam com o caráter e lutar é só uma maneira de melhorar o seu caráter. E às vezes as pessoas perdem isso.
Tá certo, eu também penso a mesma coisa. Eu não sei se você está ciente disso, mas tem uma revista brasileira, semelhante à Wired, e eles fizeram uma pesquisa e mostraram que você é o ator que já mais matou gente no cinema. Você já tinha ouvido falar nisso?
DL: Não, eu achava que era o Stallone. Não conta isso pro Stallone, ele vai ficar decepcionado.
Bom, de acordo com eles você já matou 662.
DL: Ah, ótimo, ok, vou me lembrar disso, 662. É um bom número.
Conta isso pro Stallone na junket do Mercenários.
DL: Ok, vou perguntar pra ele o que ele acha.
Ok, última pergunta, também do Twitter: Quem ganharia numa luta de verdade, Rocky ou Drago?
DL: Eu não sei. Drago era um ótimo lutador, muito forte, mas o Rocky apanhava bem, segurava um soco, então não sei. Não fui eu que escrevi o roteiro, tem que perguntar pro Stallone. Mas eu sempre posso tentar de novo.
Ok, obrigado. Espero conversar com você de novo.
DL: Sim, obrigado, espero que conversemos de novo no próximo filme. | |
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