BAdERNISTA
Estudantes da USP, Unesp e Unicamp decidiram em assembleia no início da noite desta segunda-feira (25) encerrar a ocupação do prédio da reitoria da USP, na Cidade Universitária, na Zona Oeste de São Paulo.
A assessoria da reitoria confirmou, por volta das 19h20, que os manifestantes deixaram o prédio, mas continuavam cercando o edifício.
De acordo com Gabriel Casoni, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), entre 200 e 300 estudantes e funcionários da USP permaneceram em um espaço do prédio ao longo desta tarde.
A reitoria da USP informou na tarde desta segunda-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que um grupo de manifestantes, composto por funcionários e estudantes, invadiu o prédio da reitoria. O presidente da Associação de Docentes da USP (Adusp), Otaviano Helene, admitiu que a porta de trás do prédio foi rompida, mas negou que tenha havido uma invasão.
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Por volta das 18h22, a assessoria da USP relatou que cerca de dez alunos permaneciam num dos espaços da pró-reitoria de pesquisa. Entretanto, eles não impediam a locomoção no prédio, segundo assessores.
Por volta das 19h, a maioria dos funcionários do prédio já havia deixado o local, mas os reitores da USP, Unesp e Unicamp permaneciam no gabinete da reitoria e, segundo a assessoria de imprensa da USP, não havia segurança para que eles saíssem porque manifestantes cercavam o edifício. A assessoria relata um clima hostil.
Imagem aérea do prédio da reitoria da USP no início da noite desta segunda-feira (25) (Foto: Reprodução/TV Globo)
Do lado de fora, um carro de som seguia em protesto. De acordo com a USP, “houve dano ao patrimônio público”. Por volta das 18h30, estudantes informaram que policiais da Força Tática da Polícia Militar estavam perto do local.
Confusão antes da reunião
Estava marcada para ocorrer no prédio da Reitoria reunião do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) com representantes do Fórum das Seis, que agrega representantes das entidades de funcionários e professores das três universidades estaduais (Unesp, USP e Unicamp).
O encontro, que discutiria reajuste salarial das categorias, acabou por não ocorrer. Já a Adusp diz que o Cruesp foi “intransigente” ao fazer restrições de acesso do Fórum das Seis ao prédio. De início, o Cruesp teria restringido a entrada de estudantes e negado a participação do representante de um sindicato nacional de docentes e de um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), demitido da universidade.
Após negociações, a reitoria da USP cedeu e permitiu a entrada de dois estudantes por universidade. "A reitoria nos fez entrar pela porta dos fundos. Os negociadores do Fórum das Seis foram até os fundos, indignados. Neste momento, as pessoas que estavam no ato perceberam do que se tratava e foram para a porta dos fundos. A reitoria então deliberou por fechar a porta de acesso dos fundos. E, a partir daí, se formou um nível de tensão muito ruim. Alguns minutos depois, a porta de fora foi rompida", relatou o presidente da Adusp.
De acordo com o presidente da Adusp, um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) recomendou, no momento da confusão, que os funcionários deixassem o prédio. Integrantes do Fórum das Seis aguardaram cerca de duas horas pela reunião, mas foram informados que não seria recebidos pelo Cruesp. Já o Cruesp disse, por meio de nota, que representantes do Fórum das Seis se recusaram a participar da reunião.
"Os representantes das entidades sindicais das universidades priorizaram a violência no lugar do diálogo, desconsiderando princípios básicos da democracia e desvirtuando a principal finalidade para qual foi agendada a reunião", diz o Cruesp, em nota enviada à imprensa.